Zezito Guedes adotou nome artístico dado pelo amigo Ariano Suassuna

Zezito Guedes é nome artístico de José Gomes Pereira e foi dado por nada menos que o Ariano Suassuna, em um encontro dos dois, em Recife, em 1974. Autor de ...

Zezito Guedes adotou nome artístico dado pelo amigo Ariano Suassuna
Zezito Guedes adotou nome artístico dado pelo amigo Ariano Suassuna (Foto: Reprodução)

Zezito Guedes é nome artístico de José Gomes Pereira e foi dado por nada menos que o Ariano Suassuna, em um encontro dos dois, em Recife, em 1974. Autor de o Auto da Compadecida, Suassuna disse a Zezito Guedes, morto nesta segunda-feira (8), em Arapiraca, aos 89, que precisava adotar o apelido para a carreira de historiador e pesquisador cultural. Conforme a família contou ao g1, até então, ele não pensava em mudar de nome. Morre em Arapiraca o pesquisador da cultura popular Zezito Guedes, aos 89 anos “Aquele encontro com o Ariano Suassuna mudou essa perspectiva. Até aqui em Arapiraca, poucas pessoas o conheciam pelo verdadeiro nome, José Gomes Pereira. Todos só sabiam quem era o Zezito Guedes. Meu avô ficou muito feliz com o apelido dado pelo amigo dele, o Suassuna, e isso o acompanhou pelos anos de vida que se dedicou a contar a história de Arapiraca, ele era um apaixonado por essa terra”, declarou ao g1 José Gláucio, neto de Zezito Guedes. Zezito Guedes Arquivo Pessoal Além de historiador e pesquisador, Zezito Guedes era escritor, escultor, artista plástico e foi membro fundador da Academia Arapiraca de Letras e Artes (Acala), além de ter sido reconhecido como patrimônio da cultura alagoana pela Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas (Secult). Entre as obras de relevante importância para Arapiraca e Alagoas escritas por Zezito Guedes estão ‘Arapiraca Através do Tempo’ e ‘Cantigas das Destaladeiras do Fumo de Arapiraca’, entre outros livros. Zezito Guedes deixa quatro filhos, nove netos, um bisneto e um legado que seguirá gerações. Suas obras contribuíram não só para o registro da cultura fumageira ou do desenvolvimento de Arapiraca, colocou a capital do Agreste para ser conhecida por todo o país. Perda da esposa na covid-19 Ainda conforme o neto de Zezito Guedes, o Alzheimer foi a causa principal da morte do historiador. A doença começou a aparecer ainda na covid-19, em 2020, quando ele perdeu a esposa, Maria Vilma Pereira, que morreu por conta do vírus, aos 81 anos. A morte da companheira de mais de 50 anos de vida foi um grande abalo emocional para Zezito Guedes. “De alguma forma, ironicamente, a doença do meu avô acabou mantendo-o por aqui mais tempo porque se estivesse consciente, com certeza, acredito que ele não teria aguentado viver sem a esposa, sem minha avó. Já acometido do problema, perguntava por ela, e a gente dizia que ela havia ido ao Centro, algo do tipo, e logo ele esquecia”, revelou José Gláucio.